Um dos textos trabalhados no Projeto das Olimpíadas de Língua Portuguesa.
Cidade livre de legislação?
O lugar onde vivo é uma cidade interiorana gaúcha, típica, com grande respeito às tradições do nosso estado e economia voltada à agricultura.Com cerca de 65.000 habitantes, é considerada de médio porte e em desenvolvimento na região, tendo importância nacional por possuir o maior entroncamento rodoviário do sul do país.
Todavia, essa influência em nossa realidade é diversa, pois o tráfego constante de carros e caminhões danifica as estradas, ruas e avenidas do município. Isto pode ser observado não apenas em Carazinho, mas em diversas localidades brasileiras, onde áreas como o turismo são ligeiramente negligenciadas, ficando evidente em aspectos como a qualidade do trânsito. Apesar de recentes investimentos da administração municipal em melhorias nesse setor, a situação permanece caótica, agravada no tocante às sinaleiras, presentes em demasia ( cerca de uma por quarteirão ).
A mídia nos aponta, diariamente, problemas e acidentes graves no trânsito carazinhense, refutando a teoria de que sinaleiras em praticamente toda a extensão da Avenida principal seriam uma solução para o problema.A argumentação favorável às sinaleiras afirma que os resultados benéficos serão observados à longo prazo, pois desperta a atenção dos motoristas para a direção dos veículos.
Recentemente, foi divulgado, na emissora de imprensa regional, um comercial da nossa prefeitura, com o objetivo de estimular o turismo, onde uma das frases supostamente incentivadora de novos visitantes era: "Venha para Carazinho, cidade livre de pardais." Entretanto, o que se vê é que nós, população carazinhense, não queremos passar esta imagem de cidade sem lei, sem fiscalização, para nossos parcos visitantes. Do meu ponto de vista, serve sim de estímulo, porém negativo, para que turistas e uma parcela dos habitantes sinta-se livre para dirigir em alta velocidade e sem responsabilidade pelas nossas ruas.
Pesquisas de opinião com habitantes de outras cidades em visita a Carazinho evidenciam que nosso trânsito é deficiente, sendo por muitos considerado mais complicado e até com menor fluência que nas grandes capitais. Nota-se, por esse meio, que precisamos evoluir ainda muito, tanto em sinalização quanto em normas e condições físicas das ruas.
Esse problema é comum à cidades medianas buscando desenvolvimento. Porém, é inadimissível que a atual gestão, e nós, como população consciente, permitamos que um município com potencialidades naturais e humanas tão abrangentes seja tão pouco valorizado em decorrência , entre outros fatores, de uma questão que poderia ser resolvida com criatividade e empenho.
Com ações administrativas voltadas para a melhoria de asfalto da região central, o trânsito poderia ser distribuído, acabando com a concentração na avenida principal. Outra atitude possível é o emprego de algumas das sinaleiras encedentes na avenida em vias secundárias, controlando assim seu tráfego.
assim, com atitudes administrativas eficientes, e com uma dose de boa vontade e respeito às normas e aos nossos semelhantes da parte dos habitantes, Carazinho veria seu dilema solucionado, gerando assim maior conforto de sua população, com o resultante desenvolvimento do turismo e migrações, estimulados por essa satisfação. Mas, principalmente, estimulados por uma cidade livre da inconsequência.
Kássia Castoldi Ficagna
Aluna do Ensino Médio ( Turma 231 )
Trabalhado nas aulas de Português pela Professora Sandra do Nascimento
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