segunda-feira, 29 de junho de 2009

POEMA TRANSITÓRIO (MÁRIO QUINTANA)

Eu que nasci na Era da Fumaça:
- trenzinho vagaroso
com vagorosas paradas
em cada estaçãozinha pobre
para comprar
pastéis
pés-de-moleque
sonhos
- principalmente sonhos!
porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar:
elas suspirando maravilhosas viagens
e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
sempre…


Nisto,
o apito da locomotiva
e o trem se afastando
e o trem arquejando
é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar…
Ah, como esta vida é urgente!
… no entando
eu gostava era mesmo de partir…
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho: viajar, viajar
mas para parte nenhuma…
viajar indefinidamente…
como uma nave espacial perdida nas
estrelas.


LINDO POR DEMAIS...

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Carazinho/Saldanha Marinho e Santa Bárbara do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Alguém que acredita que um sonho pode se tornar realidade.