quarta-feira, 6 de maio de 2009

REGRAS: Três prefixos que não foram mencionados no acordo ortográfico:são o pre, pro e re.

Academia Brasileira de Letras esclarece uso do hífen em casos que ficaram omissos na primeira publicação após reforma.



Três prefixos que não foram mencionados no acordo ortográfico:são o pre, pro e re.

Pela regra geral, como eles terminam em vogal, deveriam ser usados com hífen quando o termo subsequente começar com a mesma vogal.

Mas a interpretação dos membros da ABL, levando em consideração quatro princípios metodológicos estipulados no texto do próprio acordo para os casos omissos, foi de que deve se manter a escrita aglutinada de palavras como preencher, proótica e reembolsar (e não pre-encher, pro-ótica e re-embolsar).

"A tradição lexicográfica da língua portuguesa prevalece nos casos não previstos pelo acordo.

Nunca, na língua portuguesa, nem nos dicionários brasileiros nem nos de Portugal, a palavra reeleição foi escrita com hífen. Se o acordo quisesse quebrar essa tradição teria dito explicitamente", explica Evanildo Bechara, membro da ABL e da comissão de língua portuguesa do Ministério da Educação que trata do acordo ortográfico.

Ele afirma que as inovações previstas no dicionário, com 32 mil verbetes, estarão no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), que trará cerca de 360 mil palavras e será editado no final de fevereiro.

Outros casos esclarecidos no dicionário dizem respeito ao hífen em prefixos muito utilizados, como para e sub (veja o quadro).

Abrupto ou ab-rupto?

Pela regra, que manda empregar o hífen em prefixos terminados em b quando o segundo elemento começarcom b ou r, deveria ser ab-rupto. Mas o dicionário também aceita a outra forma, abrupto.

Na avaliação de Enilde Faulstich, professora de linguística e língua portuguesa da Universidade de Brasília, as regras não demorarão muito a pegar.

"Parece mais complicado do que é.

A mídia está tratando do assunto de uma forma séria, há muitas publicações adotando as novas regras.

Acredito que não haverá dificuldades", diz. A professora só faz uma ressalva quanto o hífen. "Deveria ter sido discutido mais sistematicamente. Acredito que em 10 anos teremos um outro estudo para mudanças no hífen", destaca.
O hífen em questão

Algumas dúvidas explicadas pelo dicionário sobre o hífen:

RE, PRE e PRO

O acordo ortográfico não mencionou esses prefixos. Mas manda, como regra geral, empregar hífen quando o prefixo termina em vogal e a palavra subsequente começa com a mesma vogal. A dúvida: reeditar ou re-editar? Preencher ou pre-encher?

O que diz o dicionário: Essas formações tradicionais se aglutinam, sem hífen, mesmo se o segundo elemento começar com vogal, inclusive com E. A tradição é o que conta nesses casos.

Forma correta: reeditar, reeducar, reeleger. Preencher, preestabelecer, preeminente, preexistir.

SUB

Prefixos seguidos de H sempre levarão hífen, é o que manda o acordo. Havia, porém, uma dúvida em relação a subumano, que perde o H na grafia aglutinada. Sub-humano ou subumano?

O que diz o dicionário: As duas possibilidades são aceitas.

Forma correta: Sub-humano ou subumano.

PARA

Paraquedas, que foi aglutinada após a reforma por conta da perda do conceito, tem causado muita confusão. Ninguém sabia como ficam os outros "paras".

O que diz o dicionário: A análise é feita caso a caso. Se a noção semântica do "para", no sentido de cessar, evitar, barrar, existe, o hífen permanece. Caso contrário, não.

Forma correta. Paraquedas, para-raios, para-brisa, para-choque, para-lama.




( Dicionário tira dúvidas ortográficas, 15 de Janeiro de 2009. Renata Mariz/Correio Braziliense )

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